sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A NATUREZA, O HOMEM E A SAÚDE – Parte 1.


Todos nós, indubitavelmente, mantivemos algum contato com a tabela periódica, ainda que muitos sem aptidão e predileção por ela.
Do aprendizado, especialmente para os das gerações de 1950 a 1970, restou, em memória caótica e lembranças nubladas, o ordenamento sistemático dos elementos, na forma de uma tabela, de acordo com as semelhanças de suas propriedades físicas e químicas, características, tendências e comportamentos dos átomos e das moléculas por eles formadas e das características extremamente reativas de uns e da quase inércia de outros, bem como das propriedades de eletronegatividade, raio iônico e energia de ionização.
Creio que este apanhado resumido permaneceu nos escaninhos cerebrais da maioria dos mortais comuns que se decidiram por outros caminhos que não os das ciências químicas.
Fora do contexto da própria tabela, quase nada restou, especialmente se falarmos de uma possível articulação da química com a biologia. Felizmente uma nova abordagem interdisciplinar, mais interessante e dinâmica se estabeleceu, de modo a permitir, na leitura dos elementos da tabela, a identificação daqueles que são vitais para o organismo humano e suas funções metabólicas.
Até que circunstâncias da vida e do processo evolutivo começassem, de forma prática, a tornar consciente a importância dos elementos químicos na manutenção da saúde, satisfazia-me aquele conhecimento cristalizado. A evolução é obrigatória, no entanto e, conseqüentemente, há de ser buscada.
Dos atuais 118 componentes da tabela periódica, 24 deles, identificados como organógenos ou bioelementos, são essenciais ao equilíbrio do organismo humano. São eles o Alumínio, o Arsênio, o Berilo, o Cálcio, o Cádmio, o Cloro, o Cobalto, o Cromo, o Cobre, o Flúor, o Ferro, o Iodo, o Potássio, o Magnésio, o Manganês, o Molibdênio, o Nitrogênio, o Sódio, o Fósforo, o Enxofre, o Selênio, o Silício, o Vanádio e o Zinco.
Ainda que a maioria dos 118 elementos componentes da natureza não sejam encontrados em nosso corpo físico, os 24 essências e mais alguns incorporados, fazem parte da composição do planeta. Isto significa que se pegarmos um punhado de terra e uma porção do nosso corpo físico, a porção estará contida no punhado.
Bem, mas o que isto tem a ver com saúde?
A pergunta é tão simples que, possível é, a tomemos por simplória, se não a considerarmos agressiva à nossa capacidade intelectiva.
A resposta, no entanto, não será encontrada em esmeradas argumentações catedráticas e sim na consciência de que somos a natureza e que quanto mais nos afastamos e desconhecidos dela nos tornamos, mais adoecidos ficamos e vivemos.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Saúde, desordem insana

Nas últimas semanas os noticiários tem refletido fatos ocorridos pelo Brasil todo, com relatos de omissões na área da saúde. O de maior repercussão, ocorrido na semana passada, deu-se na Santa Casa de Belém, onde uma ginecologista recebeu voz de prisão por ter, de acordo com a matéria jornalística, omitido socorro a uma gestante, grávida de gêmeos. Segundo a reportagem, a omissão ocasionou a morte dos bebês.

Conseqüente do fato, em dias seguidos, os noticiários registraram protestos dos médicos, em Belém, pela falta de estrutura e de condições de trabalho nos hospitais públicos.
A Presidente da Santa Casa, em defesa do Hospital, manifestou-se acusando a falta de estrutura de leitos, ao dizer que a disponibilidade é para 107 bebês e que, naquela oportunidade, encontrava-se com 123 recém-nascidos. Avaliou que esta situação extrapola qualquer condição, colocando em risco os que já se encontravam internados.
Os fatos, óbito e superlotação do hospital da Santa Casa de Belém, refletem a rotina de praticamente todos os hospitais do país, demonstrando de maneira inequívoca e inquestionável, a compreensão distorcida da vida e da saúde como acontecimentos naturais, instintivos e sistêmicos. Equivocados, também, estão modelo e sistema de saúde importados que nos são impostos como únicos e aceitáveis, isentos de falibilidade. Em razão destes enganos, qualquer outra experiência ou alternativa constitui-se inviável, vez que pode ameaçar essa primazia. Por certo serão discriminadas e não encontrarão reconhecimento e guarida no guarda-chuva da ciência cartesiana que só admite o que pode comprovar, ainda que tal comprovação mais defina que comprove e infinitas vezes se atenha tão somente em tornar críveis propósitos subalternos e duvidosos,.
A medicina alopática e seus agentes, não sei se por ingenuidade ou propósito, tornaram-se cúmplices do grande e inescrupuloso capital, representado pelos laboratórios internacionais e, conseqüentemente, responsáveis pelo caos estabelecido. Sua cumplicidade e responsabilidade se descreve pela disseminação de doenças, novas e velhas, despertadas ou produzidas pelo uso de experimentos “anti”, conforme já demonstraram várias pesquisas, as quais espertamente não foram confrontadas, mas esquecidas.
Há mais de quatro décadas, ouço e vejo a choramingadeira dos representantes da classe médica contra falta de condições de trabalho, falta de leitos, falta de profissionais, falta..., falta..., falta... Em momento algum, todavia, ouvi qualquer questionamento a respeito do modelo e do sistema que pretensamente sustenta a saúde no país.
Condoem-se, no momento, com a responsabilização de um cúmplice e vítima, ao mesmo tempo, dessa desordem insana. Como pouco resta de senso, as soluções são buscadas no protesto e no apontar culpados, como se isto pudesse magicamente reduzir as filas, desocupar leitos, disponibilizar recursos e garantir bem estar e vida plena.
O caso da ginecologista é emblemático. De um lado o poderoso “deus dos pés de barro” que, na sua onipotência, negou à mulher o direito de parir conforme Gaya em sua sabedoria dispôs e, de outro, a mulher desconectada de sua natureza maternal, que se submete, desrespeita e repudia em si mesma, este propósito e momento mais sublimes, reconhecendo, por suas práticas, que o parto é um “ato médico” onde aqueles assumem papéis de atores principais nos atos de manifestação da nova vida. A mulher contentou-se em figurar como coadjuvante e permissionária do ato de parir e não mais a detentora do poder sagrado de “dar a luz”. A nova ordem dos papéis se consolidou entre paredes brancas e luzes fluorescentes, com uma cama esquisita onde a mulher é obrigada a deslocar seu centro de equilíbrio corporal, causando maior sofrimento à criança e a mãe, pois dificulta o esforço natural de expulsão, o que, via de regra, exige a indução, quando não a malfadada cesariana, por sinal a mais rentável financeiramente.
Apesar de todas as tentativas de se justificar as dificuldades com relação ao caso da omissão, os bebês não morreram por que os leitos encontravam-se indisponíveis por necessidade. Não, os bebês morreram por que os leitos encontravam-se indisponíveis por insanidade. Por desconexão com a vida. Por ilusão de poder.
Hoje a saúde deixou de ser o natural da vida.  A doença assumiu seu lugar. O instinto deixou de ser alerta para o perigo, tornou-se dispensável, pois existe alguém que se investiu de poderes de Drácon e assim determina o que deve e o que não deve ser temido, dando continuidade ao caos e, ao invés de oferecer a cura, oferece a possibilidade de, contraditoriamente, manter os doentes por mais tempo doentes, mas com qualidade de vida.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Homeopatia no SUS



Ministério Público Federal, no Rio Grande do Sul, garante atendimento homeopático no SUS, por não médicos.

AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº 2006.71.00.033780-3/RS 
do Ministério Público Federal.


“... Com relação à homeopatia afirmou que o seu exercício por profissionais não-médicos está previsto pela Lei n° 5.991/73....”

Anoto que a Portaria n° 971/2006 não traz qualquer determinação contrária à lei passível de justificar sua anulação. Em verdade, fixa diretrizes para a implementação da chamada medicina alternativa, possibilitando aos profissionais não-médicos o exercício desta prática mediante credenciamento e remuneração pelo SUS. Não há, na espécie, qualquer invasão à área de atuação médica, visto representarem, a medicina convencional e a chamada "medicina alternativa", práticas distintas, com áreas de atuação bem delimitadas.

Neste sentido manifestou-se o Relator Desembargador Federal Luiz Carlos de Castro Lugon no julgamento do Agravo de Instrumento n° 2006.04.00.034793-2, in verbis:
"(...) A prática dos chamados tratamentos alternativos por profissionais que não sejam formados em medicina é uma realidade no País. Muitos profissionais ligados à área da saúde já tratam moléstias com terapias alternativas, a despeito dos riscos que são inerentes. O que a União fez, por meio da Portaria 971/2006 do Ministério da Saúde, foi autorizar que tais especialistas se credenciem no SUS, sendo por ele remunerado. 

Haverá, por certo, uma ampliação de potenciais pacientes, mas isso não significa que, pari passu, aumentarão os riscos à saúde pública. Nenhum profissional estará eximido de responsabilidade por eventual imperícia, tanto quanto os profissionais médicos. Todos os profissionais credenciados tem de demonstrar habilidade e aptidão para a respectiva especialidade. A preparação técnica é requisito indispensável ao exercício das práticas alternativas. Não se pode desconsiderar, outrossim, a grave situação da saúde pública como um todo, pelo que as ações do SUS devem envolver conhecimento multi e interdisciplinares, a fim de levar à efetivação do direito fundamental à saúde, ampliando-se progressivamente o atendimento ao maior número de doentes, alargando-se também o âmbito das ações preventivas. 

Em tal perspectiva, a Portaria 971/2006 tem como objetivo a uniformização de procedimentos para a prestação de tais serviços na rede pública de saúde, dentro da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS. Aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde em dezembro de 2006, e finalizada depois de amplo debate com a sociedade civil e as comunidades médicas e científicas, a PNPIC define as ações e responsabilidades dos gestores federais, estaduais e municipais na implementação desses novos serviços do Sistema Único de Saúde e regulamenta a adequação de iniciativas que já vinham sendo desenvolvidas em algumas regiões do País. 

O Ministério da Saúde fará o monitoramento pelo sistema nacional de vigilância sanitária, que também definirá padrões de qualidades às unidades do SUS aptas a prestar esses serviços à população......”

III - Dispositivo
                              
Ante o exposto, julgo improcedente a pretensão deduzida pelo SINDICATO MÉDICO DO RIO GRANDE DO SUL - SIMERS contra a UNIÃO, extinguindo a presente ação com julgamento de mérito, forte no art. 269, inc. I, do Código de Processo Civil.

Sem custas e honorários, conforme o art. 18 da Lei nº 7.347/85.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Porto Alegre, 21 de setembro de 2009.
Marciane Bonzanini
                                          Juíza Federal

domingo, 31 de julho de 2011

Cegos guiando cegos

" Se um cego guiar outro cego, cairão ambos no abismo" 
(Mateus, XV, 12-14).

Pode parecer estranho que a página se inicie com um ensinamento do Mestre Jesus, encontrado no Evangelho, na parábola do “cego guiando cego”, quando o propósito é falar de saúde.
Ocorre que, nos dias atuais, amordaçamos o Mestre Interior que nos habita, nos acolhe, tudo sabe e tudo seguramente orienta, em favor de gurus, guias, mentores, facilitadores, etc, recém saídos dos "Institutos da Cegueira" eleitos por nós para serem nossos conselheiros, mestres e inspiradores, com a missão de conduzir-nos no caminho da evolução, da saúde, da iluminação e da transcendência.
Continuamos a bombardear nossos espíritos com a efemeridade mundana, desconsiderando que este espírito é a força viva e eterna que nos anima e movimenta.
Esquecemos nossos propósitos de conhecer e seguir os princípios da Verdade Suprema e da relação conosco.
Permitimos que nossos espíritos lutem por se apossar dos sentidos corpóreos, sem percebermos que  a vida é o centro de todas as atividades, sem vínculos e incondicionada por instintos e, como tal, precisa estar livre de qualquer contaminação material. Confundimo-nos acreditando que a matéria tem algo a ensinar ao espírito, quando em verdade somente o espírito pode vivificá-la, inspirá-la, purificá-la, torná-la criadora, iluminá-la e ascendê-la, enquanto que o instinto somente contribui para preservar a matéria inconsciente, desprovida, em si mesma, de luz e consciência, da extinção e da autodestruição.
Apesar da nossa escolha, continuamos a caminhar sem guia, esbarrando e nos ferindo, tropeçando aqui, tombando ali, caindo acolá.
Incontáveis são os peregrinos, e contei-me entre eles, que por intuição advinda da natural necessidade de relação com o Divino, no afã de encontrar o caminho se tornam fanáticos seguidores de “guias cegos” que não possuem a consciência dos propósitos e dos princípios da Verdade Suprema e que nada sabem, mas bem fingem, de modo que tais buscadores ingenuamente neles acreditem. Tristemente vemos, então, buscadores cegos, inconscientes dos propósitos e resultados de suas experiências humanas, apegados a modismos inconseqüentes de personalidade em negação à consciência, conduzidos por guias dessa estirpe. Vemo-los sem perspectivas, sem horizontes e sem esperança. Nada em suas vidas se transforma. Nada em suas vidas se cura. Ainda que alimentem a vã sensação de se adiantarem na caminhada, os traumas, as dores e os sofrimentos permanecem atuantes, enquanto o abismo os aguarda.
Desejo que o leitor, tocado por esta compreensão, perceba que esta página não pretende e não deve ser entendida e/ou constituir-se guia para quaisquer circunstâncias, fatos, tempo, personalidade e consciência.
Tudo o que aqui está sendo e for postado, terá o propósito de tão somente assemelhar-se a um singelo movimento do espírito em homenagem à infinitude da vida, incondicionada por instintos, plena de consciência. Terá de ser visto e compreendido como o movimento da consciência amorosa que tudo permeia, tudo dá e tudo recebe em nome do amor e da vida, a ponto de permitir a existência  deste “cuidador integrativo”.
É deste modo que aqui se vê e se pretende conduzir todas as possibilidades de promoção da saúde.


Namasté!