
Conseqüente
do fato, em dias seguidos, os noticiários registraram protestos dos médicos, em
Belém, pela falta de estrutura e de condições de trabalho nos hospitais
públicos.
A
Presidente da Santa Casa, em defesa do Hospital, manifestou-se acusando a falta
de estrutura de leitos, ao dizer que a disponibilidade é para 107 bebês e que,
naquela oportunidade, encontrava-se com 123 recém-nascidos. Avaliou que esta
situação extrapola qualquer condição, colocando em risco os que já se encontravam
internados.
Os
fatos, óbito e superlotação do hospital da Santa Casa de Belém, refletem a
rotina de praticamente todos os hospitais do país, demonstrando de maneira inequívoca
e inquestionável, a compreensão distorcida da vida e da saúde como acontecimentos
naturais, instintivos e sistêmicos. Equivocados, também, estão modelo e sistema
de saúde importados que nos são impostos como únicos e aceitáveis, isentos de
falibilidade. Em razão destes enganos, qualquer outra experiência ou
alternativa constitui-se inviável, vez que pode ameaçar essa primazia. Por
certo serão discriminadas e não encontrarão reconhecimento e guarida no
guarda-chuva da ciência cartesiana que só admite o que pode comprovar, ainda
que tal comprovação mais defina que comprove e infinitas vezes se atenha tão
somente em tornar críveis propósitos subalternos e duvidosos,.
A
medicina alopática e seus agentes, não sei se por ingenuidade ou propósito,
tornaram-se cúmplices do grande e inescrupuloso capital, representado pelos
laboratórios internacionais e, conseqüentemente, responsáveis pelo caos
estabelecido. Sua cumplicidade e responsabilidade se descreve pela disseminação
de doenças, novas e velhas, despertadas ou produzidas pelo uso de experimentos
“anti”, conforme já demonstraram várias pesquisas, as quais espertamente não
foram confrontadas, mas esquecidas.
Há
mais de quatro décadas, ouço e vejo a choramingadeira dos representantes da
classe médica contra falta de condições de trabalho, falta de leitos, falta de
profissionais, falta..., falta..., falta... Em momento algum, todavia, ouvi
qualquer questionamento a respeito do modelo e do sistema que pretensamente
sustenta a saúde no país.
Condoem-se,
no momento, com a responsabilização de um cúmplice e vítima, ao mesmo tempo,
dessa desordem insana. Como pouco resta de senso, as soluções são buscadas no
protesto e no apontar culpados, como se isto pudesse magicamente reduzir as
filas, desocupar leitos, disponibilizar recursos e garantir bem estar e vida
plena.
O
caso da ginecologista é emblemático. De um lado o poderoso “deus dos pés de
barro” que, na sua onipotência, negou à mulher o direito de parir conforme Gaya
em sua sabedoria dispôs e, de outro, a mulher desconectada de sua natureza maternal,
que se submete, desrespeita e repudia em si mesma, este propósito e momento
mais sublimes, reconhecendo, por suas práticas, que o parto é um “ato médico” onde
aqueles assumem papéis de atores principais nos atos de manifestação da nova
vida. A mulher contentou-se em figurar como coadjuvante e permissionária do ato
de parir e não mais a detentora do poder sagrado de “dar a luz”. A nova ordem dos
papéis se consolidou entre paredes brancas e luzes fluorescentes, com uma cama esquisita
onde a mulher é obrigada a deslocar seu centro de equilíbrio corporal, causando
maior sofrimento à criança e a mãe, pois dificulta o esforço natural de
expulsão, o que, via de regra, exige a indução, quando não a malfadada
cesariana, por sinal a mais rentável financeiramente.
Apesar
de todas as tentativas de se justificar as dificuldades com relação ao caso da
omissão, os bebês não morreram por que os leitos encontravam-se indisponíveis
por necessidade. Não, os bebês morreram por que os leitos encontravam-se
indisponíveis por insanidade. Por desconexão com a vida. Por ilusão de poder.
Hoje a saúde deixou de ser o natural da vida. A doença assumiu seu lugar. O instinto deixou
de ser alerta para o perigo, tornou-se dispensável, pois existe alguém que se investiu
de poderes de Drácon e assim determina o que deve e o que não deve ser temido,
dando continuidade ao caos e, ao invés de oferecer a cura, oferece a
possibilidade de, contraditoriamente, manter os doentes por mais tempo doentes,
mas com qualidade de vida.
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